Determinação, coragem, dedicação e entusiasmo no 10.º Congresso da JCP

Alegria de lutar <br>pelo que é justo

Com o lema «Avante com Abril! Or­ga­nizar, lutar, trans­formar», a JCP re­a­lizou nos dias 5 e 6 de Abril, na Fa­cul­dade de Me­di­cina Den­tária, o seu 10.º Con­gresso. Du­rante os dois dias, em 103 in­ter­ven­ções, os 417 de­le­gados, vindos de todo o País, fi­zeram um pro­fundo ba­lanço da ac­ti­vi­dade da or­ga­ni­zação re­vo­lu­ci­o­nária da ju­ven­tude por­tu­guesa, da re­a­li­dade e das po­ten­ci­a­li­dades de luta a nível na­ci­onal e in­ter­na­ci­onal. No final, Je­ró­nimo de Sousa, Se­cre­tário-geral do PCP, lem­brou que «quanto mais força tiver a JCP, mais se en­cur­tará a dis­tância entre a re­a­li­dade e o sonho que per­se­guimos de pôr fim à ex­plo­ração do homem por outro homem, de ma­te­ri­a­lizar a afir­mação do ca­ma­rada Álvaro Cu­nhal de “trans­formar o sonho em vida” e al­cançar o nosso ob­jec­tivo su­premo pelo so­ci­a­lismo e o co­mu­nismo».

Sai­bamos con­tra­riar aqueles que querem es­va­ziar o sig­ni­fi­cado do 25 de Abril

Image 15484

«A partir de agora, cada um dos que aqui estão, cada um dos que par­ti­cipou na ela­bo­ração co­lec­tiva das de­ci­sões aqui to­madas, tem uma res­pon­sa­bi­li­dade: dar corpo, no seu dia-a-dia, na sua acção in­di­vi­dual e co­lec­tiva, às de­ci­sões que to­mámos co­lec­ti­va­mente. De­ci­dimos que vamos lutar mais, en­volver mais jo­vens, re­forçar a JCP e o PCP. Então, que cada um tome como sua esta de­cisão e con­tribua para estes ob­jec­tivos, com um sen­tido de ur­gência e com a ale­gria de lutar pelo que é justo, pelo que é ver­da­deiro», afirmou Du­arte Alves, da JCP, na in­ter­venção de en­cer­ra­mento.
Após ter sido eleita a nova Di­recção Na­ci­onal da JCP (ver pá­gina 7), que re­flecte a re­a­li­dade da or­ga­ni­zação, com li­gação a todo o País e aos vá­rios sec­tores da ju­ven­tude, aquele membro do Se­cre­ta­riado saudou-os com votos de «bom tra­balho ca­madas!» e di­rigiu uma «pa­lavra es­pe­cial» aos «muitos ca­ma­radas que agora saem da JCP e passam a ter ta­refas no Par­tido». «O vosso con­tri­buto para o re­forço da JCP e da luta da ju­ven­tude foi muito im­por­tante e será lem­brado», sa­li­entou, ci­tando uma frase de Álvaro Cu­nhal: «Vocês não se­riam quem são se não fosse a JCP e a JCP não seria o que é sem o vosso ines­ti­mável con­tri­buto. En­con­tramo-nos na luta, agora e sempre.»
Como ta­refas fu­turas, a curto prazo, Du­arte Alves falou da ne­ces­si­dade de «dar mais força» às co­me­mo­ra­ções do 40.º ani­ver­sário do 25 de Abril, de con­tri­buir para um grande 1.º de Maio», de «di­na­mizar a cam­panha da ju­ven­tude CDU para as elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu», de pre­parar o «Acam­pa­mento pela Paz» e a «Festa do Avante!», de «ce­le­brar o 35.º ani­ver­sário da JCP» e de «re­forçar o Par­tido».
«Vamos à luta! Sai­bamos con­tra­riar aqueles que querem es­va­ziar o sig­ni­fi­cado do 25 de Abril, não de uma pers­pec­tiva sau­do­sista, mas as­su­mindo nas nossas mãos o pro­fundo con­teúdo de ideais, con­quistas, pro­jecto e luta que Abril trans­porta, afir­mando a nossa plena con­fi­ança na luta da ju­ven­tude por­tu­guesa, na imensa cri­a­ti­vi­dade e força das massas ju­venis, com a cer­teza de que te­remos a força ne­ces­sária para trans­formar o sonho em vida», apelou.

Agra­va­mento da crise

No sá­bado, a ini­ciar os tra­ba­lhos – que con­taram com a pre­sença, na Mesa da Pre­si­dência, de Je­ró­nimo de Sousa, Se­cre­tário-geral do PCP, de Luísa Araújo, do Se­cre­ta­riado, de Paulo Rai­mundo e de Ar­mindo Mi­randa, da Co­missão Po­lí­tica, e de Tiago Brazão, do Exe­cu­tivo da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Lisboa – Sofia Inês Silva deu conta do apro­fun­da­mento, nos úl­timos quatro anos, «das con­tra­di­ções sis­té­micas do ca­pi­ta­lismo, que há muito se vi­nham ma­ni­fes­tando, de agra­va­mento da sua crise es­tru­tural e ex­plosão de uma das suas mais agudas crises cí­clicas, e que deitam por terra todas as pre­vi­sões sobre a sua su­pe­ração».
«Dois anos e meio pas­sados da as­si­na­tura do pacto de agressão entre PS, PSD e CDS com a troika es­tran­geira, a si­tu­ação da ju­ven­tude por­tu­guesa é dra­má­tica», de­nun­ciou, re­fe­rindo-se, por exemplo, aos «cortes bru­tais no or­ça­mento para a Edu­cação» e ao «ge­ne­ra­lizar da pre­ca­ri­e­dade, com si­tu­a­ções que roçam a es­cra­va­tura».

Au­mento do mi­li­ta­rismo

Mo­mento de grande im­por­tância foi ainda a in­ter­venção de Di­mi­tris Palmyris, pre­si­dente da Fe­de­ração Mun­dial da Ju­ven­tude De­mo­crá­tica (FMJD), da EDON (Chipre). De­pois de saudar o Con­gresso da JCP, o di­ri­gente ju­venil alertou para os pe­rigos pre­sentes no «co­ração do sis­tema im­pe­ri­a­lista», lem­brando que nos úl­timos 20 anos teve lugar «um au­mento das in­ter­ven­ções mi­li­tares di­rectas, como na Sérvia, Afe­ga­nistão, Iraque, Líbia, Mali e Síria», bem como para o con­tínuo «au­mento do mi­li­ta­rismo e a con­tínua cri­ação de novos ini­migos e novos pre­textos para a ex­pansão do mi­li­ta­rismo, das bases mi­li­tares e dos pactos mi­li­tares».
No Con­gresso es­ti­veram ainda a Ju­ven­tude Co­mu­nista da Áus­tria, a COMAC da Bél­gica, a Liga de Ju­ven­tude Co­mu­nista do Ca­nadá, a EDON do Chipre, o Co­lec­tivo de Jo­vens Co­mu­nistas da Ca­ta­lunha, o Co­lec­tivo de Jo­vens Co­mu­nistas de Es­panha, a União de Ju­ven­tudes Co­mu­nistas de Es­panha, o Mo­vi­mento de Jo­vens Co­mu­nistas de França, a Fe­de­ração de Ju­ven­tude Co­mu­nistas de Itália, a Ju­ven­tude Co­mu­nista da Grécia, a UJ­SARIO – Sahara Oci­dental, a União de Ju­ven­tude So­ci­a­lista do Sri Lanka e a Ju­ven­tude Co­mu­nista da Ve­ne­zuela, que também in­ter­veio no do­mingo, pela voz de Héctor Ro­dri­gues.

 

«Somos fi­lhos da Re­vo­lução»

No sá­bado, antes do início do tra­ba­lhos, o am­bi­ente era de grande ale­gria e con­fi­ança entre os de­le­gados e os con­vi­dados que par­ti­ci­param no 10.º Con­gresso da JCP. Che­gados, de vá­rios pontos do País, à Fa­cul­dade de Me­di­cina Den­tária, en­con­travam ca­ma­radas que, como eles, acre­ditam que é pos­sível uma so­ci­e­dade e um mundo me­lhor, e que, com a luta, con­se­guirão al­cançá-los. De­pois de guar­dados os seus per­tences, ti­veram a opor­tu­ni­dade de apre­ciar a ex­po­sição «40.º ani­ver­sário da Re­vo­lução de Abril – Os va­lores de Abril no fu­turo de Por­tugal», assim como de es­co­lher, nas bancas, t-shirts, fitas, cd's, malas, li­vros e o AGIT.
Pouco pas­sava das 10 horas, os bombos dos Tocá Rufar cha­maram por todos, sendo este um dos mo­mentos cul­tu­rais que pre­en­cheu a pro­gra­mação do pri­meiro dia de Con­gresso. À noite, de­pois de um jantar na «A Voz do Ope­rário», os jo­vens co­mu­nistas se­guiram em des­file, numa grande de­mons­tração de força e de com­ba­ti­vi­dade, até à Praça Luís de Ca­mões, onde teve lugar um con­certo dos Daz­ka­rieh. «Somos fi­lhos da Re­vo­lução. Cerca de 60 por cento da po­pu­lação não era nas­cida ou era cri­ança aquando da ma­dru­gada li­ber­ta­dora, mas sa­bemos o que é Abril, o seu sig­ni­fi­cado, as suas con­quistas. Sa­bemos e de­fen­demos os va­lores de Abril no fu­turo de Por­tugal», ouviu-se na­quela Praça, no co­ração do Lisboa.
No do­mingo ac­tuou o Grupo Ga­nhões de Castro Verde, que re­forçou a can­di­da­tura do Cante Alen­te­jano a Pa­tri­mónio Ima­te­rial da Hu­ma­ni­dade junto da UNESCO. «Há lobos sem ser na serra», tema que antes do 25 de Abril de 1974 era cen­su­rado, mas que sempre foi can­tado, foi uma das can­ções apre­sen­tadas.




Mais artigos de: Em Foco

«Força do presente, <br>numa luta que é para hoje!»

«Quando mais força tiver a JCP, mais se en­cur­tará a dis­tância entre a re­a­li­dade e o sonho que per­se­guimos de pôr fim à ex­plo­ração do homem por outro homem, de ma­te­ri­a­lizar a afir­mação do ca­ma­rada Álvaro Cu­nhal de “trans­formar o sonho em vida” e al­cançar o nosso ob­jec­tivo su­premo pelo so­ci­a­lismo e o co­mu­nismo», afirmou Je­ró­nimo de Sousa.

Abril é a nossa arma

No Congresso da JCP foram aprovadas as moções «25 de Abril sempre!» e «Pela paz e solidariedade» e apresentada uma saudação à «Luta da juventude, contributo para a alternativa que queremos construir».«Somos filhos da revolução,...

Momentos do Congresso

«É urgente e é tarefa de cada militante ir mais longe na divulgação e na afirmação do projecto e do ideal comunista, bem como no contacto com a juventude. Temos que garantir que todos os jovens sejam esclarecidos sobre os seus anseios e direitos. Sejamos mais, e saibamos...

Direcção Nacional da JCP

Afonso Carvalho; Alice Silva; Ana Carolina Ambrósio; Ana Costa; Ana Isabel Plácido; Ana Jorge;Alma Rivera; Ana Oliveira; Ana Rita Governo; Ana Rita Lázaro; Ana Rita Quintino; Ana Valente; André Martelo; António Ferreira; Bárbara Ramos; Beatriz Pinto; Bruna Porto; Camila...